O relato do ex-senador Edison Lobão sobre diversas fases da vida política e institucional do Brasil está no livroMemórias e Testemunhos – Revelações Políticas, lançado nesta quarta-feira (20) no Salão Negro do Congresso Nacional. Ao lado dos presidentes do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, Lobão falou sobre seu primeiro livro.
—Memórias e Testemunhosé o livro que eu escrevi sobre fatos importantes para a democracia brasileira, fatos dos quais tive notícia segura na época ou deles participei. Nós tivemos um processo de restauração democrática extremamente difícil e eu conto o que foi tudo isso — explicou o ex-senador.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que, para o Congresso, é uma honra reconhecer pessoas que contribuíram para a história do país, como é o caso de Lobão.
— Vossa Excelência, quando apresenta uma publicação para todos nós contando um pouco do que viveu nesses períodos da história democrática do Brasil, faz revelações importantes. E basicamente, nessas revelações, há uma coisa que marca profundamente, que é preciso exaltar, que é um exercício que nós precisamos fazer nos dias de hoje — disse Davi ao ressaltar a capacidade de diálogo do ex-senador.
Durante o evento, o presidente do Senado criticou a polarização por que passa não só o país, mas o mundo. Ele classificou o momento atual como “um dos mais delicados na história da humanidade”. Para Davi, não será possível resolver os problemas da sociedade incentivando o ódio, em vez da paz.
— Precisamos urgentemente exercer o diálogo, exercer a ponderação, exercer a pacificação com equilíbrio, com serenidade, respeitando as prerrogativas constitucionais de cada Poder, para que nós possamos vislumbrar um futuro promissor para o Brasil e para os brasileiros — declarou ele.
O presidente do Senado também afirmou ter saudade dos debates no Congresso sobre agendas que sejam a favor do Brasil. Segundo ele, o país vive um processo permanente de eleição, com uma guerra eleitoral que não interessa à maioria dos brasileiros. Além disso, apontou as agressões às instituições democráticas e republicanas e relatou ataques que tem sofrido, inclusive em razão de sua religião, o judaísmo.
— Com firmeza de propósito, olhando no olho de Vossas Excelências, eu não vou me desviar em nada do que eu acho que é o certo para a maioria dos brasileiros, porque quando se tem uma delegação como essa que nós temos, eu e o Hugo Motta, nós temos de nos manter no equilíbrio do que é o certo — disse.
As histórias contadas por Edison Lobão, muitas delas inéditas, abrangem desde eventos dos governos de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, passando pelo período da ditadura militar e pela redemocratização, até chegar ao governo de Dilma Rousseff.
— Estamos falando de um personagem de peso em nossa história, que esteve presente em diversos momentos importantes e sempre ao lado de grandes personalidades. Seu testemunho se torna, assim, fonte essencial para compreender as escolhas e os desafios que moldaram o Brasil contemporâneo — declarou o presidente da Câmara, Hugo Motta, que enfatizou a capacidade de diálogo de Lobão durante toda a sua atuação no Parlamento.
O prefácio do livro foi escrito pelo ex-presidente da República e do Senado José Sarney, membro da Academia Brasileira de Letras, que não pôde estar presente por motivo de saúde.
Também participaram do lançamento o ex-presidente do Senado e atual deputado federal Eunício Oliveira; o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha; o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho; o ministro do Superior Tribunal de Justiça Ricardo Villas Bôas Cueva; e o embaixador de Belarus, Andrey Andreyev; além de senadores, deputados federais, ministros do Superior Tribunal Militar e desembargadores.
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