O ditado popular “filho de peixe, peixinho é” faz total sentido na casa dos Gomes dos Santos. O pai, Marilson, foi um dos maiores maratonistas do Brasil, tricampeão da Corrida de São Silvestre, bi da Maratona de Nova Iorque e com três Olimpíadas no currículo. A mãe, Juliana, foi recordista sul-americana nos 3 mil metros com obstáculos. E o filho do casal, Miguel, de 14 anos, preserva a linhagem de fundistas na família.
O atletismo é parte presente na rotina de Miguel desde a primeira infância, quando acompanhava os pais nos treinos e competições. A pista era o seu parquinho de diversões improvisado. O garoto até se arriscou em outras modalidades, mas não teve como fugir do destino: aos 12 anos, começou a correr.
“O Miguel sempre respirou atletismo em casa, mas o deixamos à vontade para decidir o que queria praticar. Eu e a Juliana pensávamos no atletismo para ele como uma atividade mais lúdica, sem cobrança para competir. Há dois anos ele resolveu se dedicar e a gente apoia essa decisão”, diz Marilson.
Nesta semana, Miguel, que é bolsista do Programa Talento Esportivo, fez sua estreia nos Jogos Escolares do Estado de São Paulo (Jeesp), competição organizada pela Secretaria de Esportes do Estado de SP em parceria com a Federação do Desporto Escolar do Estado de SP (Fedeesp). E deixou uma ótima impressão. Sob os olhares atentos do pai, o jovem “gabaritou” nas duas provas em que disputou na Finalíssima do atletismo sub-14, em Praia Grande: ouro nos 2.000 m e nos 800 m.
“Pensei que o ouro viria apenas nos 800 metros, que é a prova que eu mais treino, mas que bom que ganhei também nos 2.000 metros. Gostei de participar do Jeesp, pude melhorar meu tempo, aprender coisas novas”, conta Miguel, que cravou o índice para integrar o Time São Paulo, que viaja a Brasília em setembro para a disputa dos Jogos da Juventude.
Miguel curte um privilégio para poucos no esporte. Além da comissão técnica que o acompanha no Sesi em São Caetano do Sul, onde treina, ele aproveita da convivência diária com o pai para extrair o máximo de informações possível sobre alto rendimento.
“Meus pais são minha inspiração. Sempre que posso converso com meu pai sobre detalhes técnicos. Ele me dá conselhos, aponta onde posso melhorar. Meu sonho é um dia disputar uma Olimpíada, mas pra isso preciso continuar treinando, melhorando, sem pressão para repetir o que meus pais já fizeram”, explica o atleta.
Marilson evita fazer previsões sobre o futuro do filho. Mas ele já enxerga no pupilo predicados que o levaram a conquistas importantes ao longo da carreira. “Desde cedo a gente já observava que ele tinha talento pro atletismo. Ele reage muito rapidamente e tem resistência, características que eu carregava nos tempos de atleta.”
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